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Cultura e Cinema

Estudantes de Botuverá assistem a filme no cinema sobre tradição do dialeto bergamasco preservada na cidade

Iniciativa do jornal O Município oportunizou ida ao cinema de alunos da escola Padre João Stolte

Por Redação VL Publicado em 02/10/2025 11:09 - Atualizado em 02/10/2025 11:09

A tradição do dialeto bergamasco de Botuverá pôde ser conhecida pelos estudantes da Escola de Educação Básica (EEB) Padre João Stolte na terça e quarta-feira, 30 e 1º. Os alunos dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e os estudantes do Ensino Médio foram ao cinema em Brusque assistir ao filme “Botuverá: Terra dos Bergamascos”.

Trata-se de um compilado de uma série de documentários produzida pelo jornal O Município em 2023 e 2024. O filme mostra como Botuverá, um município de apenas 6 mil habitantes, concentra uma comunidade de descendentes de italianos que valoriza um dialeto trazido pelos imigrantes de Bérgamo, na Itália, há 150 anos.

A comunidade valoriza o dialeto de diversas formas. Entre elas, estão os tradicionais jogos italianos, que contam com palavras e gritos em bergamasco. Em Botuverá, há também o único coral bergamasco do mundo, bem como a única missa celebrada por meio do dialeto, que ocorre durante a Festa Bergamasca, a principal da cidade.

O filme tem duração de 1h05 e foi exibido em quatro sessões. Um ônibus buscou os estudantes em Botuverá e os trouxe ao Cine Gracher da Havan, no Centro de Brusque. Após a sessão, eles retornaram à escola. Os professores acompanharam.

A diretora da escola Padre João Stolte, Diléia Colombi, valoriza a iniciativa. Para ela, a junção entre o “filme local” e o ambiente de cinema, que convidou os estudantes a saírem da rotina por um dia, foi uma experiência valiosa para o aprendizado.

“A experiência é uma oportunidade única para que os nossos jovens conheçam mais sobre a realidade local. Isso promove o senso de pertencimento e valorização da cultura. Alguns dos estudantes foram ao cinema pela primeira vez, o que torna o momento ainda mais especial e enriquecedor”, afirma.

Ao todo, foram realizadas quatro sessões em dois dias. Na segunda exibição, que aconteceu na noite de terça-feira, autoridades do município marcaram presença. O prefeito de Botuverá, Victor Wietcowsky, elogia a iniciativa.

“É uma peça importante para a história cultural do município. O filme conta como Botuverá ainda mantém um dialeto falado em Bérgamo, na Itália, há 150 anos, período em nossos imigrantes partiram de lá rumo a esta terra”, comenta o prefeito.

Antes do início de cada sessão do filme, o diretor-geral do jornal O Município, Andrei Paloschi, abriu o evento. Para ele, que é botuveraense e idealizador do projeto especial, o filme auxilia a difundir e preservar a história de Botuverá.

“O dialeto bergamasco é uma característica cultural muito peculiar e muito bonita. Contribuir para o mantimento desta tradição faz parte do papel do jornalismo de O Município, que é focado, justamente, na cobertura hiperlocal das cidades de Brusque, Guabiruba e Botuverá”.

Também diretor-geral de O Município, Everton Caetano celebra a importância da ação. Ele entende que a exibição do filme garante uma forma diferenciada de transmitir o conhecimento às crianças. Por um dia, os estudantes puderam deixar o ambiente da sala de aula para aprender por meio do cinema.

“A partir de um projeto do jornal, que teve o apoio de várias empresas, conseguimos transformar uma série de documentários curtos em um filme. Assim, é possível levar a cultura do dialeto bergamasco para mais pessoas, especialmente estudantes, neste caso. Foi oportunizado um dia diferente para mais de 300 adolescentes, no cinema”, comenta.

Ainda antes do começo das sessões, discursaram o jornalista Thiago Facchini, produtor de “Botuverá: Terra dos Bergamascos”, e o cinegrafista Tiago Schumacher. Eles relataram como foram os bastidores das gravações nas terras de Botuverá durante dois anos.

“A história cultural de Botuverá é muito rica. Chama a atenção como uma cidade tão pequena no interior de Santa Catarina consegue manter a comunidade unida a ponto de cultivar uma língua local sesquicentenária. Botuverá é, sem dúvidas, um exemplo de valorização da cultura”, destaca Facchini.

A série de documentários está disponível no YouTube. Na plataforma, está dividida em 16 episódios, que duram em torno de dez minutos cada. Cada episódio busca explorar, de forma detalhada, um aspecto específico do cultivo da cultura ítalo-bergamasca de Botuverá.

A ação cultural “Cine Educação - Botuverá: Terra dos Bergamascos” foi executada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recursos do Governo Federal e da Política Nacional Aldir Blanc, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

Texto - Thiago Facchini

Fotos: Tiago Schumacher/O Município

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