Paulinho Sestrem alerta para a violência contra a mulher: “Realidade urgente de Brusque”

Os altos números de casos de violência contra a mulher em Brusque e em todo o território nacional levaram o vereador Paulinho Sestrem (PL) à tribuna da sessão ordinária desta terça-feira, 1° de abril.

Ele compartilhou dados recentes que demonstram a dimensão do problema: “Estamos falando aqui de mães, de filhas, de esposas, de namoradas. Foram quase 4 mil boletins de ocorrência de violência doméstica em 2023 e mais de 200 medidas protetivas solicitadas. E os números não param. Em 2024 houve quase 20% de crescimento. Os números de registro de estupro e o total de casos são os maiores dos últimos cinco anos”.

No apanhado entre 2020 e 2024 a Polícia Civil de Brusque registrou 4.611 casos de violência doméstica, totalizando 7.149 vítimas e, destas, aproximadamente 91% são mulheres, mostram os dados reunidos pelo parlamentar. “São 2,5 casos de violência doméstica por dia. É muita coisa para a nossa cidade”, alertou. Sestrem reforçou a importância de denúncias como forma de combate: “Isso está virando algo que parece ser popular, que todos sabem, mas silencioso. Porque tem muitas mulheres que são agredidas diariamente e ainda não denunciam”.

Para ele, o problema é fruto de uma “inversão de valores” na sociedade. “A violência doméstica é progressiva, (...) começa por xingamentos e evolui para ameaças. Ameaças daquelas pessoas que se casaram e que foram lá, perante o seu pastor ou o seu padre, e declararam ‘até que a morte os separe’ e, em menos de três meses, às vezes, acontece a pancadaria, os xingamentos, a lesão corporal. (...) E quando não se interrompe, a coisa começa a complicar e vai para aqueles números que a gente viu, podendo culminar em até assassinato”, disse.

Medidas de enfrentamento

Entre as ações de combate, Paulinho citou a Lei Federal 11.340/2006, a “Lei Maria da Penha”, que ampara mulheres vítimas de violência, garantindo a elas medidas protetivas, por exemplo; e a atuação local da Delegacia de Proteção à Criança ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso, a Dcampi de Brusque.

Quanto às denúncias, Sestrem citou a ampla divulgação do canal de atendimento telefônico “Ligue 180” nos sites institucionais da Prefeitura e da Câmara Municipal de Brusque, ação assegurada por lei aprovada no ano de 2019 no Legislativo brusquense e de autoria de Sestrem. O número é da Central de Atendimento à Mulher, um serviço gratuito e sigiloso.

Texto: Aline Bortoluzzi/Imprensa Câmara Brusque